Sunday, January 08, 2006

 

vivo perspectivas 2006

Terça, 27 de Dezembro de 2005 [18:48:23] Mensagem nº 440304
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2005-12-22 15:36

Perspectivas favoráveis na viragem do ano


Em 2005 a economia global comportou-se melhor que o esperado, digerindo com alguma facilidade a escalada do petróleo e a subida das taxas de juro pela Reserva Federal norte-americana (200 pontos-base desde Janeiro).

Na viragem do ano, e ao contrário de anos anteriores em que imperava a incerteza, as perspectivas económicas globais afiguram-se favoráveis. Crescimento robusto, mais distribuído globalmente, e inflação controlada constituem os principais pilares do cenário macro. No entanto, importa não descurar os riscos e estar atento a possíveis desenlaces menos favoráveis. Neste contexto, elegemos o mercado imobiliário e o final do ciclo de taxas de juro nos EUA, bem como os desequilíbrios externos como as principais questões a acompanhar.

O ano de 2005 pode considerar-se como tendo sido globalmente melhor que o esperado. A escalada dos preços do petróleo tem retirado fulgor mas não matou a expansão, como alguns temiam. O movimento acumulado de subida de taxas de juro do dólar totalizou os 200 pontos-base e, no entanto, a economia norte-americana cresceu acima do potencial e os activos mais arriscados não sofreram - acções, crédito ou mercados emergentes. Relativamente ao dólar, outra das apostas para 2005, a moeda surpreendeu a generalidade dos observadores e ganhou cerca de 13% contra o euro ao longo do ano, alimentando a recuperação das economias da Zona Euro no segundo semestre. Finalmente, começou a desenhar-se um cenário de crescimento sustentado a nível global, menos dependente da economia americana já que as restantes principais zonas económicas evidenciavam sinais de melhoria após anos sucessivos de reestruturação dolorosa - destacamos neste contexto o Japão, que vem acumulando sinais de regresso à tona, escapando de uma situação de armadilha da liquidez, e também a Alemanha, cuja estagnação tem constituído um importante factor limitativo ao crescimento da Zona Euro e que começa a evidenciar sinais revigorantes após um longo período de reforma do tecido empresarial, que se apresenta agora mais competitivo internacionalmente.

Em 2006, a economia dos EUA crescerá acima dos 3%, abrandando ligeiramente face a 2005, o que será visível sobretudo a partir de meados do ano, já que no primeiro semestre a actividade será impulsionada ainda pelo esforço de reconstrução. Na Zona Euro e no Japão o crescimento deverá ser mais distribuído entre a procura doméstica e externa. O investimento constituirá um factor propulsor da actividade na Europa, alimentado por uma visão mais optimista de evolução da procura, mas também pelos ganhos de competitividade entretanto obtidos e alicerçado na boa saúde financeira do sector empresarial. Mais uma vez destacamos a Alemanha, onde o enquadramento fiscal funcionará também como catalisador dadas as regras de amortização de investimentos, particularmente favoráveis em 2006 e 2007. Relativamente ao Japão, salientamos o regresso da procura por crédito por parte do sector empresarial, o aumento do emprego a tempo inteiro e os sinais ligeiramente auspiciosos no mercado imobiliário. A economia nipónica é a segunda maior economia mundial e 2006 marcará provavelmente o seu regresso como contribuinte activo para a dinâmica de crescimento global.

Claro que se antecipam alguns desafios de monta. Entre os mais significativos destacamos a gestão do final de ciclo de taxas de juro nos Estados Unidos, acompanhada pela sucessão de Greenspan. A probabilidade de que tudo corra pelo melhor é elevada, sobretudo pela reconhecida credibilidade de Ben Bernanke, o novo homem ao leme da Reserva Federal. Em meados de 2006 os fed-funds deverão ter atingido um patamar de estabilidade nos 5%, no qual se deverão manter durante algum tempo. As taxas de juro do dólar estarão, nessa altura, em torno do nível que se julga como neutral/ligeiramente restritivo dado o enquadramento económico. Mas, independentemente do nível final dos fed-funds, em 2006 sobretudo predominará a volatilidade dada a incerteza natural perante a proximidade do final de ciclo de taxas de juro. Esta volatilidade poderá ser exacerbada pela oscilação dos indicadores relativos ao mercado imobiliário, dado que alguns indiciam a proximidade de uma alteração da tendência da actividade e preços do imobiliário nos EUA. Tal como o défice externo, esta é uma questão pendente, um factor de risco para o cenário de 2006. Mas, também como o défice, apesar de teoricamente se justificar alguma correcção e se compreender os receios de que seja uma situação insustentável, ninguém pode afirmar quando ocorrerá uma correcção mais forte ou sequer se esta irá ocorrer. Na pior das hipóteses estaria em causa um cenário de recessão nos EUA, quer num caso quer noutro. De qualquer forma, o cenário de 2006, em que a responsabilidade do crescimento se encontra mais repartida globalmente, parece ser o enquadramento ideal para o lento (esperamos) esboroar dos maiores desequilíbrios mundiais, pontuando aqui a despoupança interna nos EUA e as tensões inflacionistas em alguns mercados de activos.

Abraços,




Terça, 27 de Dezembro de 2005 [18:19:34] Mensagem nº 440298
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